Auto da Índia
Este livro de Gil Vicente intitula-se Auto da Índia. É um livro de teatro e é a primeira farsa deste autor tal como a primeira da literatura portuguesa.
Esta farsa foi representada pela primeira vez em 1509, em Almada, perante a rainha D. Leonor.
Este auto começa por nos apresentar a Ama, cujo marido partira numa embarcação à procura de fortuna, embarcação esta cujo retorno não era esperado. Assim, na ausência do marido, a Ama mantém relações extraconjugais com dois amantes: enquanto estava com um, o outro esperava do lado de fora da janela ou na cozinha, alternadamente. A Moça é uma personagem importante desta farsa, pois tem o papel de confidente e cúmplice de Constança (Ama): é ela quem guarda segredo das relações que a Ama mantém com outros homens e também é ela quem a avisa que a embarcação estava de regresso e que o seu marido estava vivo. Ouvindo isto, a Ama manda os seus amantes embora, apesar de contrariada. Assim, ela enche-se de uma falsa felicidade e recebe o seu marido com enorme alegria, dizendo-lhe que, na sua ausência, sofrera tanto que nem comera e que tinha sentido imenso a sua falta. Por seu lado, o marido, que voltara sem ter alcançado a riqueza ambicionada, conta as dificuldades por que tinha passado no Oriente. E assim o casal prosseguiu a sua vida como nada tivesse acontecido.
Recomendo vivamente este livro . Talvez tenha sido o de que mais gostei até agora, devido ao seu enredo.
Sabendo que o lema de Gil Vicente é 'Ridendo castigat mores', qual te parece ser a intenção crítica do autor nesta peça?
ResponderEliminarGil Vicente com o seu lema 'Ridendo castigat mores' ( rindo se castiga os costumes), pretende alertar a sociedade perante as suas acções e através do riso tentar fazer as pessoas entender que estão erradas para mudarem as suas atitudes ou pelo menos as tentar corrigir. Praticamente todas as obras de Gil Vicente são uma crítica à sociedade daquela época.
ResponderEliminarPelo que tu resumiste do livro, achei-o super engraçado, interessante e actual. Engraçado pelo facto de ironizar os casais daquela época, casais esses que encontramos muito facilmente na nossa actualidade.Interessante por apresentar uma história bem encadeada e articulada.
ResponderEliminarGosto muito da maneira de escrever de Gil Vicente, fizeste bem em ler alguma obra da sua autoria.
Obrigada pela recomendação, irei dar uma vista de olhos.
Gil Vicente é talvez um dos autores portugueses que mais me cativa, e ainda para mais o facto de ser teatro faz-me ficar ainda mais fascinada. Gil Vicente nesta obra caracterizou uma sociedade muito semelhante à dos dias de hoje.
EliminarA tua sugestão cativou-me bastante acerca deste livro, e quem sabe não acabe por lê-lo. Cativou-me pelo simples facto de a Ama ter tido outras relações com outros homens enquanto o seu marido esteve fora. Adoro livros deste tipo, pois é o grande motivo para que no decorrer da história não perca a minha motivação e interesse.
ResponderEliminarConcordo plenamente contigo, o enredo da Ama com os amantes é o que mais desperta o interesse na obra.
Eliminar