Poesia de Miguel Torga
Adolfo Correia da Rocha, mais conhecido pelo pseudónimo Miguel
Torga, foi um otorrinolaringologista e escritor do século XX.
Os temas das obras de Miguel Torga são a problemática religiosa,
o sentimento telúrico, o drama da criação do poeta e o desespero humanista. Em relação
ao desespero humanista e à problemática religiosa, Torga preocupa-se que com
os humanos e revolta-se com Deus. Acredita que nenhum Deus é digno de
louvor mas sim os humanos, pois, para Deus, omnisciente, é muito fácil ser virtuoso,
e enquanto ser sobrenatural não se opõe qualquer dificuldade para fazer a
natureza - mas o homem, por outro lado, é limitado, finito, exposto à doença, à
miséria, à desgraça e à morte e é capaz de se impor à natureza. É por isso que
Torga acha que o único a ser digno de adoração é o homem. Para além disso,
Torga muitas vezes questiona a existência de Deus. Torga questiona-o sem
verdadeiramente crer que esteve questionando Deus (nega Deus e ao mesmo tempo
questiona-o). Um exemplo disso é o poema “Desfecho”.
No que toca ao sentimento telúrico, a terra é para Torga como
o ventre materno, recuperadora das forças. O telurismo de Torga exprime-se em constantemente
no seu apelo à terra. A fraternidade do povo e a consciência de português e de
ibérico exprimem o telurismo de Torga. Um exemplo disso é o poema “ São Leonardo
de Galafura”.
Em relação ao drama da criação poética, para Torga a poesia
é liberdade e a religião humana. Nos poemas “ Orfeu Rebelde” e “Mudez” está
presente o drama da criação poética. No primeiro, Torga fica revoltado com os
outros poetas por não serem felizes e não se importarem com os seus cantos e no
segundo, Torga mostra-se desapontado consigo mesmo por não conseguir exprimir os
seus sentimentos nos seus poemas.
Gostei de algum problemas de Torga, principalmente "Mudez", pois, por vezes, não conseguimos exprimir os nossos sentimentos por mais que queiramos.
Gostei de algum problemas de Torga, principalmente "Mudez", pois, por vezes, não conseguimos exprimir os nossos sentimentos por mais que queiramos.
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