Esta obra, da autoria de Manuel Alegre, publicada pela Dom Quixote, tem como título Cão como
nós.
Tem 117 páginas e é muito fácil e
rápido de ler.
Este livro chamou-me a atenção por
ser sobre um cão e pela comparação presente no título: «Cão como nós».
Trata-se da história de
um épagneul-breton (raça), um cão que era muito amado pela família de Manuel
Alegre.
O autor usa esta frase para caracterizar
Kurika: «Não era um cão como os outros. Era um cão rebelde, caprichoso,
desobediente, mas um de nós, o nosso cão, ou mais que o nosso cão, um cão que
não queria ser cão e era cão como nós.», ou seja, era um cão fiel,
com dificuldades em obedecer, caprichoso como muitos outros cães, no entanto, era um
cão diferente. Era mais inteligente, gostava de estar a sós com a família,
«sempre presente-ausente», isto é, mesmo estando a sós com o dono e tendo uma
grande afinidade com ele, não lhe obedecia e ignorava os seus chamamentos
mostrando indiferença para com Manuel Alegre. Este era um dos seus caprichos, usado para mostrar ao dono que não era como os outros cães que tinham de obedecer às regras,
pois não queria ser cão. Ele sabia que Manuel Alegre não o considerava como um membro
da família, como um filho. Que repetia várias vezes: «cão é cão». Mas ao mesmo
tempo sabia que ele não era um cão como os outros. Pelo simples facto de ele
não querer ser um cão e querer ser um deles.
Kurika sabia que Manuel era o único
que se opunha aos seus caprichos e que o obrigava a respeitar as regras da casa. Era o único da
família que o via como um cão normal. A sua mulher e filhos viam Kurika como um
ser humano, um membro da família, e eles tratavam-no como um ser único e
diferente.
Após a morte do cão, cria-se um
grande vazio na vida de todos os que o consideravam um cão diferente. Manuel Alegre, neste livro, no fundo, conta vários episódios da sua vida, vários dos momentos passados com Kurika, explicando também a falta que o cão faz, a ele e à sua família. O autor escrevia todos os dias a
Kurika, como se estivesse a falar com ele. Ele dizia várias vezes ainda sentir
a sua presença, tal como o cão sentia a do pai do autor, depois de este ter morrido.
Esta obra, cujo assunto me emocionou, obrigando-me a parar a leitura por um bocado, foi boa de se ler e ensina-nos a lidar melhor com os animais. Contém, também, várias expressões que nos levam ao riso.
A obra transmite que, apesar de,
por vezes, não demonstrarmos o afeto que sentimos pelas coisas/pessoas que amamos estas
conseguem perceber o quanto gostamos delas. Mostrando também outro
comportamento típico do ser humano, o facto de nós só darmos valor às coisas/pessoas
quando quase que as perdemos, ou mesmo quando as perdemos.
Ficando esta história no coração de
qualquer pessoa que a ler.
Contém também, várias expressões que nos levam ao riso.
Espero que vocês tenham a oportunidade de um dia de ler este livro.
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Sara Pereira.
Pelo que demonstraste na leitura é um livro emocionante.
ResponderEliminarPenso que o livro chama a atenção.
E apesar de não conhecer as obras de Manuel Alegre penso que ele fez um bom trabalho com este livro.
Boa sorte para o portefólio :)
Obrigada Matilde ;)
EliminarDe nada :)
EliminarUm livro que fala de um cão e mesmo assim emocionante? -sim, claro, o cão é o melhor amigo do homem e dos animais mais sentimentais, até então. Pelo que li no resumo, parece ser bem interessante, pois ele é um cão com certas qualidades do homem-muito interessante.
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