segunda-feira, 1 de junho de 2015

Caminhos Magnéticos, de Branquinho da Fonseca

Este livro é um livro de contos, sendo que estes não têm nada em comum, como pensava antes de ler o livro. O primeiro conto (O Anjo) fala-nos de um homem, o Amorim, que não consegue encontrar o significado da vida e, devido a isso, vive muito só e triste, até que, num certo, dia um Anjo aparece em casa dele e lhe dá uma missão que, segundo Amorim, é a razão da vida dele. Logo depois do aparecimento do Anjo, Amorim é preso por razões desconhecidas e, na prisão, mata um dos guardas que supostamente torturava e maltratava os prisioneiros. Amorim consegue fugir da prisão fazendo-se passar por electricista. Este acreditou piamente que a missão da sua vida era matar aquele homem, e agora poderia descansar em paz.

O segundo conto (A Tragédia de D. Ramon) conta a história de um homem argentino, D. Ramon, que depois do casamento da sua filha e da festa do casamento, sai à noite parando em bares e começa a lembrar-se da sua terra, Argentina. Depois de algumas aventuras, D. Ramon finalmente chega a casa, depois de ter-se envolvido em brigas, de se ter metido em problemas com a polícia e de ter caído num rio. Já em casa a mulher chateia-se com ele, mas D. Ramon nem se importa, pois este só quer dormir.

O terceiro conto (Os Olhos De Cada Um) conta a história de um homem, Pedro, que era sobrinho de um Padre. Rodrigo recebe uma carta do tio que continha a Verdade da Vida e que com ela qualquer pessoa podia ser tudo aquilo que quisesse. Rodrigo leu a carta e tornou-se rico, casou-se com a rapariga mais bela do mundo e ambos tiveram um filho, Pedro. Rodrigo deu a mesma carta ao filho com o desejo que este atingisse o que ele atingiu mas, depois de ler a carta inúmeras vezes, Pedro morre, pois não queria nada.

Manhã Submersa, de Vergílio Ferreira



    Manhã Submersa






    O livro que li foi Manhã Submersa de Vergílio Ferreira. Trata-se de uma narrativa autodiegética, cuja personagem central é António dos Santos Lopes (por alcunha, o Borralho), de doze anos que vive na Beira Alta.
    Filho de uma família pobre, o narrador conta, passados vinte anos, o tempo em que permaneceu no seminário, para onde fora enviado, contra a sua vontade. A verdade é que a família quis que ele fosse para o seminário, porque assim teria uma vida melhor e um futuro garantido. D. Estefânia, sua protetora, era uma senhora rica, beata e viúva e pretendia torná-lo padre.
    António vai duvidando se tem ou não vocação para ser seminarista. Certo dia, ele descobre que não é o único que pensa também assim. Como percebeu isso, escreveu uma carta para a sua a mãe a dizer de que queria desistir, mas foi apanhado por um padre de surpresa, porque este pede-lhe para que lhe entregue a carta, e António entrega-lhe. Momentos depois, é chamado para falar com uma senhora que lhe pergunta se este acha que tem ou não vocação para tal. Por momentos, António, diz que sim, mas logo depois confessa que não e então ela manda-o sair imediatamente do seu gabinete. 
   Mais tarde, todos os alunos são chamados à igreja. O Reitor faz um discurso dizendo que o seminário não é nenhuma prisão e que se preferirem ir embora são livres. Durante o discurso, expulsou dois seminaristas que haviam tentado fugir durante a noite.
   Entretanto, o Padre Martins passa todo apressado com um bilhete na mão. Gaudêncio e António ficam curiosos. Tratava-se de uma ameaça anónima de atear fogo ao seminário.
    Descobrem, entretanto, que Gama é quem escreve os bilhetes ameaçadores e que foi ele quem lançou fogo ao seminário. Quando foi descoberto, foi imediatamente expulso do seminário. No entanto, primeiro perguntam-lhe se havia cúmplices, mas ele admite que fez tudo sozinho.
   O Padre Fialho tem uma conversa com António, sobre tentações que este possa ter sentido, tentações do demónio, António revela ao padre que apenas tem sentido saudades da mãe. Gaudêncio mostra uma revista com imagens femininas a António. Este tenta resistir à tentação de olhar e atira a revista para o chão. O Padre que ia a passar apanha a revista. António tenta desculpar-se mas o Padre não quis saber das suas justificações. Todos os seminaristas são chamados formando uma fila. O Padre Martins arranca a fita de bom comportamento do pescoço de António. Depois disto, António confessa a Gaudêncio que quer sair do seminário.
   Drº Alberto, na hora do jantar, faz muitas perguntas a António que mostra ‘’desprezo’’. António, sem querer, faz-lhe saltar um bocado de carne do prato para a mesa. E a Dona Estefânia pergunta-lhe se no seminário não lhe ensinam como saber estar sentado a mesa. Depois, Drº Alberto faz-lhe uma pergunta sobre um verbo em latim e António não é capaz de responder. Este humilha-o impiedosamente.
     António vai à casa da mãe dizendo-lhe que não quer voltar para o seminário. A mãe responde-lhe agressiva: “que sabes tu da vida?”. Diz-lhe que tem sido toda a vida uma “cadela”, cheia de fome e de trabalho, e que se ele fosse padre poderia ter uma boa velhice e os irmãos uma boa vida. Que sempre tinha sonhado ter um filho padre para poder conviver com “as beatas ricas”. Mas António certo da sua decisão continua a recusar o regresso ao seminário.
   De regresso ao seminário, António conversou com Gaudêncio. Ambos confessam que as suas mães não os deixaram sair do seminário. Gaudêncio pergunta a António se ele nunca pensou se Deus poderia não existir. António fica escandalizado.
   Alguns seminaristas queixam-se de frio, têm arrepios e são levados para a enfermaria, e consequentemente adoecem. António tenta aproveitar a situação e finge estar doente, ao contrário do seu amigo Gaudêncio que estava mesmo doente. Entretanto, todos os seminaristas que se aparentavam bem de saúde são mandados para casa, fazendo com que António se arrependesse de ter fingido a doença.
   Gaudêncio morre, António vai à enfermaria e o Padre Alves diz-lhe que Gaudêncio já está perante Deus. António chora silenciosamente e reza pelo seu falecido amigo. E no dia seguinte, fazem-lhe o funeral.
   O final trágico dá-se nas férias da Páscoa. António tem um plano para mudar o rumo da sua vida e coloca-o em prática: lança foguetes durante a festa de aniversário do Dr. Alberto, filho de D. Estefânia, e acaba por ficar mutilado perdendo dois dedos, pois um foguete havia rebentado na sua mão. Deste modo, António não pode ser padre, sendo que, no último capítulo, António revela que está apaixonado por uma rapariga.

sexta-feira, 20 de março de 2015

A noite, de José Saramago

 
Antes de iniciar a minha leitura, suspeitei que tratando-se de um livro de José Saramago, este teria como base uma crítica. E foi exatamente isso que se passou!

Esta é uma obra dramática, que decorre na Redação de um jornal em Lisboa, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974.

A ação começa quando Valadares, o chefe da Redação, informa que vai mudar a primeira página e pede a Torres a sua notícia, porém negligencia-a e afirma não publicá-la.

Torres e Jerónimo começam a discutir com o chefe, mostrando-lhe que não tem autoridade para isso, tendo, no entanto e apesar dos desmandos de Valadares, a maior parte da redação ficado do lado do chefe após a discussão. Só Cláudia apoia Torres e Jerónimo.

Antes do jantar, Valadares pede a Torres que fique para conversarem sobre o que tinha acabado de suceder. Nessa conversa, o chefe acaba por desabafar sobre o quanto complicado o seu trabalho é, mas Torres continua a mostrar-lhe que este não tem o direito de fazer o que quer.

Após o jantar, Torres é chamado por Carlos, que lhe informa que há movimentações militares por todo o país. Torres conta logo a Cláudia, que, por sua vez, tenta arranjar uma forma de fazer com que Torres saia do edifício para ficar a par de pormenores sobre essas mesmas movimentações. 

Entretanto, Jerónimo, Damião e Afonso entram na Redação alertando que há uma Revolução e que só colocam as máquinas a trabalhar se for sobre a mesma. O chefe, atrapalhado, liga para outros jornais e para o governo, mas ninguém lhe sabe dar nenhuma informação do que está a acontecer. Contudo, é Torres que aparece e confirma que há uma Revolução e escreve de imediato a sua notícia e entrega-a à oficina.

Na Redação, a maioria quer que as máquinas parem, mas os restantes mostram que as máquinas não vão parar por nada.

Ao longo da obra é possível sentir-se que a Revolução é dentro do próprio jornal, isto é, há um chefe que se acha superior a todos e tudo decide sem ouvir a opinião dos restantes trabalhadores e em que a maioria dos empregados o apoia. E há uma minoria que é contra o chefe, tentando essa mesma revoltar-se contra o poder "fascista" do mesmo.

"A Cidade de Ulisses", de Teolinda Gersão

 A Cidade de Ulisses


                                                  

  O que me levou a ler este livro foi o facto de já ter ouvido falar do mito da cidade de Lisboa e, como tinha curiosidade de o conhecer melhor, resolvi escolher esta obra de Teolinda Gersão, tendo, sinceramente, o tempo que dediquei a esta leitura valido a pena.
  Este livro tem como assunto o romance de Paulo Vaz com as várias mulheres com quem ele se vai envolvendo, ao mesmo tempo que prepara uma exposição sobre a cidade de Ulisses.
  Paulo Vaz é um artista plástico que foi convidado pelo director do Centro de Arte Moderna para continuar um projecto sobre a cidade de Lisboa. Contudo, este, no início, recusa o convite, porque se recorda de Cecília, um antigo amor de Lisboa.
  Paulo teve uma infância difícil, porque o pai só se preocupava com o seu trabalho e em ganhar dinheiro e a sua mãe era muito ''controlada'' por seu pai, que defendia que o lugar desta era na cozinha e a cuidar dos filhos.
  Quando a sua mãe adoeceu, o pai passou a refugiar-se, muitas vezes, nos Casinos para esquecer que a sua mulher tinha Alzheimer, acabando mais tarde, porque não sabia o que fazer e como lidar com ela, por metê-la num lar.
  Quando ela morre, Alberta, a empregada, entrega a Paulo, a pedido de sua mãe, o dinheiro que a sua mãe ganhava com os quadros que pintava às escondidas do pai.
  Tempo depois, Cecília, que vivia na altura com ele, conta a Paulo que está grávida, mas a reacção de Paulo não é das melhores e discutem, acabando por empurrá-la pelas escadas. Este rapidamente chama o 112, mas, quando chega ao hospital, esta tinha já perdido o bebé.
 Certo dia, depois de ter tido alta e já em casa, ela diz-lhe que quer algo da loja e este sai para lhe fazer o favor. No entanto, quando chega, não a encontra no quarto e nem em lado nenhum e nem os seus esboços. Porém, como ela deixou as suas roupas no mesmo sítio, ele pensou que ela voltaria, mas tal não aconteceu. Decide então, viajar pelo mundo para a tirar do pensamento.
  19 anos depois, Paulo regressa à sua terra natal, acabando por encontrar outra companheira, Sara, que o ''prende'' novamente a Lisboa.
  Algum tempo depois, Cecília regressa a Lisboa e ele descobre nessa altura que ela já era casada e tinha filhos. Nesse preciso momento, Paulo apercebeu-se que a tinha perdido para sempre, o que acaba por se tornar real quando, dias depois, Paulo lê num jornal que Cecília e os seus filhos tinham tido um acidente e que ela não tinha sobrevivido.
  O viúvo de Cecília liga a Paulo, a dizer-lhe que precisava de falar com ele por causa das obras dela. Nesse encontro concordam ambos que Paulo deve fazer duas exposições, a dele e da Cecília, mas primeiro precisava de falar com o director do CAM. Como o director aceitou a proposta, Paulo passou semanas a preparar a exposição.
 Quando chegou o dia da exposição, este decidiu ir ter com Sara ao Brasil, porque a exposição sobre a Cecília era passado, e Sara era o futuro dele.

terça-feira, 17 de março de 2015

"Rio Turvo", de Branquinho Da Fonseca




Este conto de Branquinho da Fonseca, que, após a leitura do mesmo, se pode verificar que se encontra entre o surrealismo e o neo-realismo, acompanha a história de um amor impossível entre "um topógrafo sem nome, recém-chegado a um terreno pantanoso de um futuro aeroporto, e a bela Leonor, a “flor do pântano”, que tanto a Tia, que é uma mulher rígida, como o Director e o seu bode, que se dá pelo nome de Platão, a tentam salvaguardar dos olhares de admiração e de desejo dos homens presentes.


Esta obra descreve uma história de amor em que a conspiração e a suspeita são os ingredientes chave. Para além disso, em "Rio Turvo" podemos ver dissecada a relação complicada entre o sujeito e as configurações do Outro no livro através da oscilação entre o consciente e o inconsciente, explorando as máscaras e a personalidade do Eu.

sábado, 14 de março de 2015

As Pupilas do Senhor Reitor, de Júlio Dinis

O livro é sobre um rapaz (Daniel) e uma rapariga (Margarida) que na infância se conheceram e se apaixonaram. Quando ele parte em criança e volta em adulto não se lembra dela o que a deixa triste. Daniel apaixona-se pela irmã de Margarida, Clara, a qual estava de casamento marcado com Pedro, irmão de Daniel. Era impossível Daniel e Clara ficarem juntos, apesar de ele ter tentado muito. Certa vez, Margarida salvou a reputação de Clara por ela se encontrar com Daniel, pondo em risco a sua. Foi nessa altura que Daniel se lembrou de Margarida, da sua pequena Guida, e o verdadeiro amor renasceu no coração dele. No último capítulo, depois de Margarida ter sofrido e resistido muito, finalmente aceitou a proposta de noivado e o amor de Daniel.

quarta-feira, 11 de março de 2015

O Colar, de Sophia de Mello Breyner Andresen





A autora deste livro é Sophia de Mello Breyner Andresen. Este livro pertence ao modo dramático, a história passa-se em Veneza e é sobre uma rapariga que se chama Vanina, que se apaixona por um rapaz que quer viver de tocar viola e que se chama Pietro. Este dá a entender a Vanina que a ama mas engana-a e esta fica desolada por o seu amor não ser correspondido e por ela saber que ele era um sedutor.
Gostei muito deste livro porque se centra em Vanina, sendo esta a minha personagem preferida, porque era muito ingénua, mas com o amor não correspondido, vai crescer e aprender a lição. 
Recomendo este livro a quem gosta de textos de teatro.