sábado, 21 de fevereiro de 2015

"O Passageiro do Expresso", de José Rodrigues Miguéis



Esta peça de teatro conta-nos a história do reencontro de dois velhos colegas de escola, Óscar e Filipe, em casa de um deles, quando já estão perto dos 40 anos.
Óscar copiava os trabalhos do amigo na escola e, entretanto, enriqueceu a enganar as pessoas. Já Filipe empenhava-se na escola, mas desde então falsificava assinaturas, tendo acabado por ser preso várias vezes. Excluindo isso, este era melhor pessoa do que o colega, mas vivia miseravelmente, não  tendo sequer um sítio onde morar.
Quando se voltam a encontrar, depois de  conversarem sobre a sua vida na escola e da vida que foram tendo ao longo daqueles anos, e depois de Óscar gabar-se da vida que tem, humilhar e provocar o colega, Filipe arranja uma faca e esfaqueia Óscar no peito enquanto este dorme,  acabando este último por morrer.
Filipe, para se afastar e esquecer o que fez,  resolve viajar de expresso. Contudo, nesta viagem , de consciência pesada, começa a alucinar e a ver fantasmas de várias pessoas que conhece, incluindo o do colega que matara. Filipe, então, com um revolver, decide suicidar-se, sendo, no entanto, impedido por um espectador que interrompe a peça... Contudo, a questão que se coloca é: será que Filipe ouve e cede aos argumentos do espectador e põe de lado a ideia de se suicidar ou, pelo contrário, a sua angústia é tal que não há quem o demova dos seus intentos e acaba, atormentado pelos seus fantasmas, por matar o próprio espectador e se suicidar em seguida?
Isto, meus caros amigos, só o saberão depois de lerem...