sexta-feira, 20 de março de 2015

A noite, de José Saramago

 
Antes de iniciar a minha leitura, suspeitei que tratando-se de um livro de José Saramago, este teria como base uma crítica. E foi exatamente isso que se passou!

Esta é uma obra dramática, que decorre na Redação de um jornal em Lisboa, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974.

A ação começa quando Valadares, o chefe da Redação, informa que vai mudar a primeira página e pede a Torres a sua notícia, porém negligencia-a e afirma não publicá-la.

Torres e Jerónimo começam a discutir com o chefe, mostrando-lhe que não tem autoridade para isso, tendo, no entanto e apesar dos desmandos de Valadares, a maior parte da redação ficado do lado do chefe após a discussão. Só Cláudia apoia Torres e Jerónimo.

Antes do jantar, Valadares pede a Torres que fique para conversarem sobre o que tinha acabado de suceder. Nessa conversa, o chefe acaba por desabafar sobre o quanto complicado o seu trabalho é, mas Torres continua a mostrar-lhe que este não tem o direito de fazer o que quer.

Após o jantar, Torres é chamado por Carlos, que lhe informa que há movimentações militares por todo o país. Torres conta logo a Cláudia, que, por sua vez, tenta arranjar uma forma de fazer com que Torres saia do edifício para ficar a par de pormenores sobre essas mesmas movimentações. 

Entretanto, Jerónimo, Damião e Afonso entram na Redação alertando que há uma Revolução e que só colocam as máquinas a trabalhar se for sobre a mesma. O chefe, atrapalhado, liga para outros jornais e para o governo, mas ninguém lhe sabe dar nenhuma informação do que está a acontecer. Contudo, é Torres que aparece e confirma que há uma Revolução e escreve de imediato a sua notícia e entrega-a à oficina.

Na Redação, a maioria quer que as máquinas parem, mas os restantes mostram que as máquinas não vão parar por nada.

Ao longo da obra é possível sentir-se que a Revolução é dentro do próprio jornal, isto é, há um chefe que se acha superior a todos e tudo decide sem ouvir a opinião dos restantes trabalhadores e em que a maioria dos empregados o apoia. E há uma minoria que é contra o chefe, tentando essa mesma revoltar-se contra o poder "fascista" do mesmo.

"A Cidade de Ulisses", de Teolinda Gersão

 A Cidade de Ulisses


                                                  

  O que me levou a ler este livro foi o facto de já ter ouvido falar do mito da cidade de Lisboa e, como tinha curiosidade de o conhecer melhor, resolvi escolher esta obra de Teolinda Gersão, tendo, sinceramente, o tempo que dediquei a esta leitura valido a pena.
  Este livro tem como assunto o romance de Paulo Vaz com as várias mulheres com quem ele se vai envolvendo, ao mesmo tempo que prepara uma exposição sobre a cidade de Ulisses.
  Paulo Vaz é um artista plástico que foi convidado pelo director do Centro de Arte Moderna para continuar um projecto sobre a cidade de Lisboa. Contudo, este, no início, recusa o convite, porque se recorda de Cecília, um antigo amor de Lisboa.
  Paulo teve uma infância difícil, porque o pai só se preocupava com o seu trabalho e em ganhar dinheiro e a sua mãe era muito ''controlada'' por seu pai, que defendia que o lugar desta era na cozinha e a cuidar dos filhos.
  Quando a sua mãe adoeceu, o pai passou a refugiar-se, muitas vezes, nos Casinos para esquecer que a sua mulher tinha Alzheimer, acabando mais tarde, porque não sabia o que fazer e como lidar com ela, por metê-la num lar.
  Quando ela morre, Alberta, a empregada, entrega a Paulo, a pedido de sua mãe, o dinheiro que a sua mãe ganhava com os quadros que pintava às escondidas do pai.
  Tempo depois, Cecília, que vivia na altura com ele, conta a Paulo que está grávida, mas a reacção de Paulo não é das melhores e discutem, acabando por empurrá-la pelas escadas. Este rapidamente chama o 112, mas, quando chega ao hospital, esta tinha já perdido o bebé.
 Certo dia, depois de ter tido alta e já em casa, ela diz-lhe que quer algo da loja e este sai para lhe fazer o favor. No entanto, quando chega, não a encontra no quarto e nem em lado nenhum e nem os seus esboços. Porém, como ela deixou as suas roupas no mesmo sítio, ele pensou que ela voltaria, mas tal não aconteceu. Decide então, viajar pelo mundo para a tirar do pensamento.
  19 anos depois, Paulo regressa à sua terra natal, acabando por encontrar outra companheira, Sara, que o ''prende'' novamente a Lisboa.
  Algum tempo depois, Cecília regressa a Lisboa e ele descobre nessa altura que ela já era casada e tinha filhos. Nesse preciso momento, Paulo apercebeu-se que a tinha perdido para sempre, o que acaba por se tornar real quando, dias depois, Paulo lê num jornal que Cecília e os seus filhos tinham tido um acidente e que ela não tinha sobrevivido.
  O viúvo de Cecília liga a Paulo, a dizer-lhe que precisava de falar com ele por causa das obras dela. Nesse encontro concordam ambos que Paulo deve fazer duas exposições, a dele e da Cecília, mas primeiro precisava de falar com o director do CAM. Como o director aceitou a proposta, Paulo passou semanas a preparar a exposição.
 Quando chegou o dia da exposição, este decidiu ir ter com Sara ao Brasil, porque a exposição sobre a Cecília era passado, e Sara era o futuro dele.

terça-feira, 17 de março de 2015

"Rio Turvo", de Branquinho Da Fonseca




Este conto de Branquinho da Fonseca, que, após a leitura do mesmo, se pode verificar que se encontra entre o surrealismo e o neo-realismo, acompanha a história de um amor impossível entre "um topógrafo sem nome, recém-chegado a um terreno pantanoso de um futuro aeroporto, e a bela Leonor, a “flor do pântano”, que tanto a Tia, que é uma mulher rígida, como o Director e o seu bode, que se dá pelo nome de Platão, a tentam salvaguardar dos olhares de admiração e de desejo dos homens presentes.


Esta obra descreve uma história de amor em que a conspiração e a suspeita são os ingredientes chave. Para além disso, em "Rio Turvo" podemos ver dissecada a relação complicada entre o sujeito e as configurações do Outro no livro através da oscilação entre o consciente e o inconsciente, explorando as máscaras e a personalidade do Eu.

sábado, 14 de março de 2015

As Pupilas do Senhor Reitor, de Júlio Dinis

O livro é sobre um rapaz (Daniel) e uma rapariga (Margarida) que na infância se conheceram e se apaixonaram. Quando ele parte em criança e volta em adulto não se lembra dela o que a deixa triste. Daniel apaixona-se pela irmã de Margarida, Clara, a qual estava de casamento marcado com Pedro, irmão de Daniel. Era impossível Daniel e Clara ficarem juntos, apesar de ele ter tentado muito. Certa vez, Margarida salvou a reputação de Clara por ela se encontrar com Daniel, pondo em risco a sua. Foi nessa altura que Daniel se lembrou de Margarida, da sua pequena Guida, e o verdadeiro amor renasceu no coração dele. No último capítulo, depois de Margarida ter sofrido e resistido muito, finalmente aceitou a proposta de noivado e o amor de Daniel.

quarta-feira, 11 de março de 2015

O Colar, de Sophia de Mello Breyner Andresen





A autora deste livro é Sophia de Mello Breyner Andresen. Este livro pertence ao modo dramático, a história passa-se em Veneza e é sobre uma rapariga que se chama Vanina, que se apaixona por um rapaz que quer viver de tocar viola e que se chama Pietro. Este dá a entender a Vanina que a ama mas engana-a e esta fica desolada por o seu amor não ser correspondido e por ela saber que ele era um sedutor.
Gostei muito deste livro porque se centra em Vanina, sendo esta a minha personagem preferida, porque era muito ingénua, mas com o amor não correspondido, vai crescer e aprender a lição. 
Recomendo este livro a quem gosta de textos de teatro.

O Pastor das Casas Mortas, de Daniel de Sá



O autor deste livro é Daniel de Sá. Este escritor é natural da Ilha de São Miguel e este livro é sobre um pastor que se chama Manuel Cordovão, que cuidava das casas abandonadas da aldeia onde morava, a Aldeia Nova da Serra. 
Manuel Cordovão era apaixonado por Maria da Graça desde pequeno e ela por ele, mas este amor teve sempre impedimentos. Uma vez, quando estavam prestes a ficar juntos, ela hesitou e deixou-o, quando já ninguém habitava aquela aldeia, deixando-o sozinho, pois a mãe de Manuel já tinha morrido e os seus irmãos raramente o visitavam. Este, para se entreter, cuidava das casas da aldeia, totalmente sozinho.

Eu recomendaria este livro a quem gosta de mistério e de muitos pormenores. Por outro lado, fiquei desiludida, porque eu esperava que Manuel e Graça ficassem juntos no final do livro e não ficam. 
Neste livro a aldeia fica abandonada, assim como muitas das aldeias que existem no interior de Portugal.