quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sessenta sonetos de amor de Florbela Espanca

Neste conjunto de sessenta sonetos de amor de Florbela Espanca, espero compreender como ela demonstrava os seu amor, perceber o porquê do seu amor obsessivo pelo seu irmão, a forma como encarou a sua perda e o porquê do suicídio.
Pelo que já tive o prazer de ler, Florbela, nos seus sonetos, fala de amores sofridos, alguns não correspondidos. No soneto "Mentira" ela aparenta ter um amor obsessivo, demonstrando ser apaixonada pelo irmão, isto porque nele ela encontra a perfeição, mas também o inferioriza dizendo que ele não sabe o que é o amor nem sabe amar, pelo que deve parar de dizer que a ama, porque a mentirosa é ela, sendo mulher.
 

3 comentários:

  1. É de facto um bom livro de poesia de uma boa autora.
    Florbela Espanca tinha um grande amor pelo seu irmão e nos seus sonetos, ficamos com a dúvida: se é amor fraternal ou amor obsessivo, pois ela ultrapassa os limites de um amor fraternal, limites esses fundamentados pelo amor do seu irmão, isto é, o irmão sentia o mesmo pela irmã, pelo que sabemos. É certo que existe entre os dois uma grande cumplicidade e isso é o único facto que podemos ter a certeza e quando o irmão morre, notamos o grande impacto desta morte nela, evidenciando o grande amor por ele, que sem o afecto e a convivência desse amor, torna-a em estado de profunda depressão, levada ao extremo, ou seja, aquilo que poderá ser o alcance da loucura.
    Boa Leitura e boa interpretação, Matilde.

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  2. Matilde, promete-me: vais ler e interpretar esses sonetos esquecendo tudo o que sabes da biografia de Florbela. A relação dela com o irmão é muito próxima, mas isso não significa que seja uma relação incestuosa. Não conheço o soneto 'Mentira' e não o encontrei na net, no entanto duvido que haja nele alguma referência clara ao irmão. Provavelmente o sujeito poético dirige-se e refere-se ao ser amado e é assim que deves ler os poemas, ignorando a biografia da autora. Pelo que li, a ideia de um relacionamento incestuoso surgiu nos contemporâneos da poetisa, que não compreendiam o facto de ela estar muito à frente da sua época e aludiam ao irmão na tentativa de denegrirem a sua imagem. Podes ver isso aqui: http://www.prahoje.com.br/florbela/?p=142

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    1. Completamente de acordo Carla! Florbela era depressiva,melancolica e ate exagerada ,Como ,alias o é qualquer poeta que se preze. Eu na minha pequenes , ja fiz um belo soneto de amor a um locutor da radio, que nem conhecia,levada apenas pelo seu timbre de voz. Todos os amores, sejam eles de que quadrante forem podem ser obsessivos. Ou Antes:Pessoas obsessivas tenderao a escrever poemas obsessivos. Só quem realmente nada sabe de poesia ou da forma como se concebe e realiza um poema é que pode dizer estas enormidades. Florbela adorava sim o irmao e no seu exagero usou esta adoraçao para compor belos poemas, quiçá pensando sabe-se la em que homem!! Termino com uma frase que um amigo meu costumava usar . E para acabar porque de facto estou cansada de pseudo-consideraçoes sobre a vida sentimental de Florbela Espanca, tal mal entendida,em vida e na morte, vou dizer o que um amigo meu costuma dizer sobre a sua inspiraçao: Eu faço um soneto a qualquer coisa. Ate a um monte de merda se for preciso..

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